domingo, 2 de agosto de 2009

Chevette 75 vermelho.

E Júlio.



Júlio não tem bicho de estimação, nem muito dinheiro no bolso e nem um guarda-chuva para lhe proteger da chuva, Júlio só tem um Chevette vermelho, Chevette que lhe serve de cama quando consegue alguma garota. O Chevette 75 vermelho acorda todos os dias 7:08, não tem seta e nem freio mais anda pelo caminho que já sabe de cor: casa, trabalho, mercado e casa de Júlio, aos fins de semana vai à alguma casa noturna e nas férias de verão ele e Júlio vão à praia com alguns amigos e algumas garotas.

Júlio e Chevette se conhecem há cinco anos, o Chevette era do pai de Júlio que depois de alcançar os 18 anos ganhou o Chevette de presente do pai, claro que Chevette gosta mais de Júlio, afinal, Júlio tem charme e as garotas adoram o conforto do banco traseiro de Chevette. Não vivem um sem outro, Júlio consegue algumas garotas por causa do Chevette que não tem charme mais tem quatro rodas e um banco traseiro. Todos os dias Chevette toca blues e buzina no trânsito de São Paulo. Todos os dias Júlio ouve blues e buzina no trânsito de São Paulo.

O espelho de Chevette reflete a vida ficando pra trás e Júlio vê momentos que não voltam mais, o Chevette leva pancada e nunca deixa Júlio na mão, o motor de Chevette é irmão gêmeo do coração de Júlio, sempre juntos se adaptando a cada nova situação. O Chevette 75 vermelho não tem suspensão e pra Júlio não existe tempo feio, a vida sempre é uma festa e sempre é verão. O Cheveio 75 vermelho sem charme já foi acento de belos traseiros, Júlio com charme já passou a mão em belos traseiros.

Que horas eles vão chegar?

Não interessa... Devagar e sempre Chevette e Júlio chegam lá.

(escrito nesse domingo enquanto esperava True Blood começar na HBO. Sim, inspirada descaradamente na música “Cheveio” da banda Os MacCacos. Agora, ouvindo Radiohead, com muita preguiça e babando no novo corte de cabelo. Domingos são chatos mais lá no fundo são bonitos)


Stay beautiful.

Nos fones: Radiohead_15 step.



Nenhum comentário: