Fez o chá, colocou em duas xícaras e esperou durante três horas ele chegar. Ele não chegou, então pegou uma das xícaras, colocou inseticida dentro e bebeu. Ao cair no chão agonizando pensou : “o chá vai esfriar, e você nem chegou”. Morreu. Três minutos depois ele entrava pela cozinha.
Escreveu com caneta prateada, na capa do álbum rosa de fotografias: “Nós dois e o tempo em que fomos felizes”. Em seguida, rasgou todas as fotos.
Colocou um casaco vermelho, penteou os cabelos, pegou o violão e saiu ao encontro da menina que falava francês. A viu no meio da multidão com um vestido xadrez sorrindo pra ele, e ali, naquele pequeno dia, pequeno momento de sua vida, ele com seus 26 anos sentiu-se então feliz.
Sozinha, cambaleou na avenida, embriagada, as sandálias com salto quebrado em suas mãos, as roupas sujas, os cabelos sujos de confetes, sozinha. Atravessou a avenida com pose, sorriso no rosto e no fim, sozinha, como sempre.
Fugiu de casa aos 6 anos de idade, pegou a carteira da mãe, o relógio do pai, sua bicicleta e saiu de casa. Foi encontrado pela policia na porta do cinema, esperando a estréia de Madagascar 3.
Abraçou a amiga que chorava, viu a estória se concretizando de alguma maneira ali naquele show com pessoas estranhas, cheiro de maconha e amigas gritando. Ao chegar em casa, escreveu o final de sua estória e dormiu enfim, feliz.
Bebia pra fugir, pra esquecer os olhos, pra esquecer que sem ele era um rio sem janeiro e um fevereiro sem carnaval. Bebia porque estava no fundo do poço e ele não iria tirá-la dali, bebia porque se sentia um nada, uma coitada, bebia porque ele estava ali naquele lugar verde, com flores e muita paz. Ela não gostava dessa paz, por isso bebia.
Tinha medo de morrer, sempre teve e quando aos 36 anos de idade se jogou do 15º andar do prédio em que trabalhava, sentiu-se em paz, sem medo. No seu rosto um sorriso de “hey, a morte não é tão ruim.não dói tanto quanto a vida”.
Foi ao baile de formatura sozinho, se embebedou de ponche, tirou o terninho azul marinho e se jogou na pista, ganhando destaque pela primeira vez em 10 anos. Agora é considerado o King of the night do bairro.
Passou batom, colocou as meias finas um pouco rasgadas,laquê no cabelo, nem um sorriso no rosto, saiu para a rua e esperou alguém que a levasse daquele imundice, seu príncipe encantado, o que ganhou? Um gordo em cima dela machucando-a, todos os dias a mesma dor, a mesma tristeza, sem príncipe encantado. Ainda.
Formavam um casal silencioso, de rotina acomodada e sexo mediano. Um dia houve um incêndio na cidade, que acabou por matar todos os habitantes, exceto o homem e a mulher, que resolveram aproveitar o colorido das chamas (um sinal?) para amar-se abrasadoramente no telhado prestes a ruir.
Priii V.
[ o relógio marca 20:20,q bizarro! anyway, chove lá fora, chove lá fora, Iron & Wine ressoa aqui dentro, a voz da Tv alta da sala consegue me acalmar, noite preguiçosa,viu?!]
stay beautiful.
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