quarta-feira, 28 de outubro de 2009

shooting the moon

Or shooting the life, the sky, the smile.

Juro que depois de exatos 4 meses consegui ouvir Coldplay, você acredita? É, ouvi a música que me lembrava você “Shiver” e “Don’t Panic” a música que me lembrava nós dois no seu carro conversando sobre nossos dias extremamente banais. Criei coragem, coloquei o cd do Coldplay e tudo começou, lembrei de tudo, nossos momentos bons e nossos momentos ruins, porque você sabe, tudo na vida são duas medidas, bem e mal, doce e amargo, eu e você.

Por um momento eu esperei a tristeza tomar conta de mim, na verdade eu desejei que a tristeza tomasse conta de mim por pelo menos 5 minutos, porque eu vim me privando dessa tristeza todos esses meses, sempre colocando um sorriso, vestindo minha melhor roupa, ouvindo a música mais animada e ouvindo piadinhas enquanto via você. A tristeza não veio. E eu não reclamei, acho que só queria depois de todos esses dias, horas, minutos e segundos lembrar de você, sentir saudade de você e admitir que eu gostava de você, gostava mesmo e nem me pergunte o motivo, acho que é porque somos diferentes e de alguma forma doce e amargo se encontraram como naquelas balas que são amargas e depois ficam doces, acho que somos assim e por isso gostei de você, eu gosto dessas balas que trazem o amargo e o doce, são minhas preferidas. Você era o meu preferido.

Não, não me arrependo de ter ficado com você, nem de ter agüentado todos os olhares em cima de mim “poxa, você está com ele?! vocês? Sério?!”, de ter feito coisas que não faria com outro, nem de ter entrado no msn todos os dias depois das 20h00 só pra falar com você (nem que fosse pra brigarmos), nem de ir no cinema ver os filmes mais chatos e ver você dormindo ao meu lado e nem de ter ficado até sei lá que horas da madrugada apenas fazendo nada com você.

Lendo isso parece que eu ainda gosto de você,né?! Mais não, tudo terminou de uma forma estranha demais e por incrível que pareça eu não gostei do amargo que senti descendo pela minha garganta mais sabe, acho que isso foi bom. Sempre acreditei que nada na vida acontece por acaso, você não aconteceu por acaso, nosso primeiro beijo dentro do seu carro não foi por acaso nem nosso fim...Se estivéssemos empurrando nossa relação com a barriga, eu provavelmente não teria ido e feito inúmeras coisas bacanas, conhecido novas pessoas, ter conhecido o ex de 19 anos e sabe, isso foi o mais importante. Se eu estivesse com você, eu não teria conhecido o ex de 19 anos, não iria querer namorar e aprender a lição mais doce dos meus quase 18 anos: eu não sirvo pra namorar, pra relacionamentos sérios e sabe por quê? Porque eu nunca gostei de ninguém que me fizesse servir pra isso, ninguém que me fizesse sentir saudades todos os dias e mostrasse com o maior sorriso do mundo que eu estava amando. Você não era essa pessoa, nem o ex de 19 anos, ainda não apareceu ninguém aqui em casa que me fizesse sentir isso.

Eu vou lembrar de você, sempre mesmo, por mais que o cd do Coldplay volte pro porta cd e nunca mais seja tocado, você existirá aqui dentro, suas digitais estarão marcadas no meu dvd do Keane e eu não me importo. Você me fez sofrer, claro que fez, eu sou muito mais que você (é o que me dizem “você é muito pra esses garotos”) mais eu não me importo, eu não gosto mais de você...mais tenho você pra sempre na minha vida.

Por enquanto eu fico aqui no meio da estrada, rindo com todos os meus amigos, tendo casos ali e aqui, perdendo o fôlego com atores de cinema, chorando horrores assistindo filmes que mostrem tanto a minha vida e lembrando de você.

Eu estou no meio da estrada, dando tiros na Lua, no céu, em sorrisos e na vida enquanto espero alguém que complete minhas maluquices aparecer e me levar pro resto da minha vida.

ps da narradora:

meu namoro mais longo: 2 semanas.

[ 20h44: conversas avulsas no msn, apostilas abertas, gripe do inferno, new moon soundtrack]

Stay beautiful.

Shooting the moon_ok go

domingo, 11 de outubro de 2009

sonho I

ou apenas The Strokes.

Na pequena pista de dança com as luzes piscando sem parar, ela virou para uma amiga e disse:

-Se tocar Strokes hoje eu bebo 5 doses de tequila.- A amiga, claro, riu dela duvidando da sua promessa de tequila. Quando “Heads Will roll” terminou, ela sorriu para a amiga e aguardaram o começo da nova música e então, a guitarra e a bateria irreconhecíveis de “The end has no end” começaram a ressoar, ela sorriu e se jogou na pista, balançando os braços no ar, fazendo uma dança com os pés que só ela sabia fazer e cantando bem alto, pra todos ouvirem sua voz no meio daquele barulho: "Can't you find some other guy? oh no!” .

Do outro lado da pista, encostado no balcão ele a encarava, observando cada movimento dela, vendo ela cantar muito alto e se encantando pela beleza que emanava dela. Do outro lado da pista ele se encontrava pra provar a ela que ela poderia encontrar outro garoto sim.

Planejou uma conversa mentalmente com ela e quando caiu em si, a música já tinha acabado e ela acompanhada de outra amiga vinha em sua direção, acendeu um cigarro e sorriu pra ela mais ela passou reto pelo sorriso e foi em direção ao barman pedindo 5 doses de tequila.

- 5 doses de tequila?- o barman indagou abismado. - e só pra você menina?! Tu é doida ou quer sair daqui morta?- ela riu e respondeu gentilmente.

- Tudo por Strokes, tudo por Strokes.- o barman riu com aquilo e foi preparando suas doses de tequila. Enquanto ela esperava se virou para a pista, começou a cantarolar a música que tocava e ao olhar pro lado enquanto cantarolava percebeu que a sua amiga não estava mais ali ao seu lado e sim desentupindo a boca de um garoto bem novinho aparentemente, deu de ombros e se virou para o balcão.

Ele a encarava sem ela perceber, se sentia nervoso porque nunca se interessava por garotas como ela, mais ela tinha algo diferente, aquela alegria de ouvir Strokes e dançar com os olhos fechados não se importando com o resto, aquilo realmente chamou a atenção dele, porque todas ali eram iguais, ouviam The Killers e gritavam “Aaaaah Killers”, ouviam Muse e “Aaaaah Muse”, ouviam Pixies e “Nossa que foda!Pixies” mais ela não, ela não gritou The Strokes, ela cantou bem alto e sorriu, o tipo de sorriso que ele gostava.

E então, ela se virou e o viu ali a encarando descaradamente.

Ao se virar para o balcão seus olhos acabaram encontrando algo, ou alguém, alguém que a encarava. Alguém com cabelos castanhos bagunçados, jaqueta de couro preta, all star, calça jeans clara e um cigarro acesso intocado na mão. Alguém com um olhar diferente. Ela acabou sorrindo com o pensamento idiota “olhar diferente” e viu ele sorrindo pra ela. Ficou presa ao sorriso e ouviu lá no fundo alguém falando algo sobre tequla. “Ah não! Não posso me mostrar uma bêbada pra ele, merda”.

- Guria, tuas doses de tequila- ela se virou sem graça para o barman e agradeceu. Olhou para o cara que a encarava e notou que ele tinha se aproximado dela e ainda a encarava. Ela tomou a primeira dose, a segunda dose, a terceira dose e sacudiu a cabeça e o ouviu rindo, tomou a quarta dose e com muito sacrifício tomou a quinta, batendo o copo no balcão mostrando a sua bravura.

Ele riu quando ela bateu o copo no balcão, se aproximou mais dela que o encarava com um sorriso brincando nos lábios, abriu a boca pra falar mais sentiu uma ardência nos dedos da mão esquerda.

- Ai cacete!- foi o que ele pronunciou jogando a bituca do cigarro intocado fora- Maldito cigarro- ele completou, esfregando os dedos na jaqueta. E ouviu a risada dela. - Ta rindo de mim,é?!

-Tô sim, nunca vi alguém acender um cigarro, não fumá-lo e queimar os dedos com ele. - ela riu mais um pouco, flertando é claro.

- Eu tava distraído- ele a encarou, vendo claramente as feições dela, cabelos não muito curtos castanhos, a franja clássica, all star, calça jeans escura e uma camiseta é claro dos Strokes. E os olhos castanhos claros dela carregavam um brilho.- Quase que enfeitiçado.- ele sorriu. Ela quase desmaiou.

- Enfeitiçado? – ela deu mais um passo se aproximando dele. Ele foi mais rápido e chegou mais perto dela, sentindo o hálito de tequila no seu rosto. “sem rodeios”, ele pensou.

- Que gosto tem a tequila nos seus lábios?- ela sentiu o hálito de cigarro no seu rosto e não se incomodou com isso.

-Não sei, prova.- e sem esperar, ele colou o corpo dele no dela e se beijaram. E quase como que mágica ou apenas confusão The Strokes começou a tocar de novo. Calma, eu explico: o DJ confundiu sua set list e pensou que não tinha tocado The end has no end ainda, repetiu a música, a galera não reclamou, então, estava tudo certo.

Ela sorria mentalmente de olhos fechados, ele, Strokes e tequila. Só podia ser sonho, o trouxe para mais perto dela e prolongou o beijo deles.

Abriu os olhos, tinha sido um sonho.






A música tocava ainda. E alto.

Não tinha sonhado.

Ela podia sentir o gosto de cigarros na sua boca e o viu sorrindo para ela.

Ás vezes as coisas mais perfeitas duram uma vida inteira, 3 anos, 26 anos, uma viagem de ônibus, 45 minutos ou apenas uma noite. Às vezes pode-se encontrar alguém que você precisa em 3 anos, 40 segundos, numa noite ou no decorrer de uma música.

Ela encontrou em uma música. E melhor, em uma música do Strokes banhada de 5 doses de tequila.







Um ps da narradora:

você sabe que é pra você,minha melhor amiga, irmã mais velha, madrinha dos meus filhos, madrinha do meu casamento, a amiga que espera meus 18 anos, a causadora de muitas risadas. a melhor amiga que eu encontrei na minha vida.a amiga que sempre será lembrada quando The Strokes tocar em algum lugar, sempre mesmo.


[semana incrível, relacionamento no orkut alterado e muitas risadas nesse domingo com sol, graças!]


ouvindo: the strokes_the end has no end/yeah yeah yeahs_heads will roll/


domingo, 4 de outubro de 2009

domingo II

Domingos nunca caem bem, pois é o dia anterior a segunda-feira, as pessoas vão trabalhar, vão estudar, vão encarar problemas, escutar a mesma ladainha, pegar ônibus cheio, enfrentar o transito, metrô lotado, passar frio porque não colocaram muitas blusas ou passar calor porque colocaram muitas blusas. Mais por um lado domingo tem gosto de nostalgia, de ressaca, de família assistindo jogo de futebol, de pizza requentada, de conversas no msn, de romances lidos no quarto, de casais andando de mãos dadas no shopping, de pessoas fazendo compras no supermercado, de fazer visita, de solteiros(as) assistindo filmes em casa enquanto comem pipoca de microondas, de mães solteiras fazerem as unhas assistindo televisão, pessoas fazendo relatórios pro chefe ou estudantes fazendo trabalhos em cima da hora. Domingo é dia de o padre ouvir confissões, dia de dormir ao lado de uma pessoa sem cansar, é dia de ir à feira, de escutar musica trancada no quarto, de ver a família reunida na sala, de fazer planos pra semana inteira, de sentir saudade, de alguma maneira contar as horas pra ver algumas pessoas. Domingos são bons e ruins, duas medidas.

Um domingo se destaca para a narradora:

04 de outubro de 2009.

Ouvindo Kate Nash enquanto pensa na grandiosidade do domingo. Esse domingo é sobre mim e você. Essa data é nossa, não importa o que vá acontecer ainda, o que o futuro nos reserva, esse dia nos pertence.

“(...)Mas eu tenho um amigo com quem eu gosto de ficar. A qualquer momento eu posso encontrá-lo, eu gosto de dormir em sua cama, gosto de saber o que está passando pela sua cabeça, eu gosto de ter tempo, gosto da sua mente e eu gosto quando sua mão está na minha. Eu gosto de ficar bêbada durante as músicas na praia, gosto de morango, gosto de ler histórias de terror e meu coração bate mais forte toda vez que nos encontramos.

O tempo está passando e seu sorriso é quase como uma memória, mas você voltou e eu estou bem, pois você está comigo e, eu estou apaixonada por você. E eu não consigo encontrar palavras pra fazer isso soar bem, mas, honestamente, você me faz forte! Eu não consigo acreditar que encontrei alguém como você, espero que continuemos assim porque você é tão legal e eu estou apaixonada por você.”

(tradução música I hate seagulls_Kate Nash)

[romântica demais, eu acho. Boa semana ai povo]

Stay beautiful.